![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/21.-Slide-resumo-Iguaçu.jpeg.001.jpeg.001.jpeg)
Uau, que parque nacional incrível! Que confirmação de beleza, imponência, força e abundância vimos nas Cataratas! E que surpresa positiva ao ver que neste, que é o segundo parque nacional mais antigo do Brasil, há muito além das Cataratas para se visitar.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/GOPR0943-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0925-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_072757-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220217_142924-scaled-e1647280434815.jpg)
O fato de ser o segundo parque nacional brasileiro, criado em 1939, é importante, pois explica a mata primária que ainda resta neste parque. Mata primária é aquela que nunca foi derrubada, resta muito pouco disso de pé. Hoje restam 7,3% dessa mata original (https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/dia_do_meio_ambiente/mata_atlantica_dia_do_meio_ambiente/), cada pedaço segue ameaçado e precisa ser valorizado. É disto que falamos quando adentramos ao Parque Nacional do Iguaçu.
Antes de tudo, vamos desfazer algumas confusões e misturas do nome Iguaçu:
- Parque Nacional do Iguaçu: é o segundo mais antigo parque nacional brasileiro, um dos sete parques nacionais do estado do Paraná, com quase 170 mil hectares de área, dos quais a maior parte (51%) no município de Céu Azul; pouco mais de 7% da área do parque está na cidade de Foz do Iguaçu
- Rio Iguaçu: é um rio que nasce perto de Curitiba e corre por todo o Paraná, hoje há seis barragens e usinas hidrelétricas que represam e usam suas águas para gerar energia
- Foz do rio Iguaçu: é o local onde o rio Iguaçu deságua no Rio Paraná, fica fora dos limites do Parque Nacional, num local onde há uma tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina
- Foz do Iguaçu: é uma cidade do oeste paranaense, onde o Brasil faz fronteira com Paraguai e Argentina; é uma das bases para se visitar o Parque Nacional do Iguaçu; sua área é de 61,7 mil hectares
- Cataratas do Iguaçu: é o maior conjunto de quedas d’água do mundo em extensão; ficam numa região onde parte do rio é brasileiro e parte argentino; podem ser vistas visitando o Parque Nacional do Iguaçu (Brasil) quanto o Parque Nacional Iguazú (Argentina)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220216_085218-scaled-e1647282058549.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220216_085453-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220214_141110-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220216_085353-scaled.jpg)
Parque Nacional, Cataratas e Foz do Iguaçu são coisas diferentes
Visitar as Cataratas do Iguaçu entrando por Foz do Iguaçu é uma importante, mas pequena parte de tudo o que pode ser visto e feito neste importante e bem protegido parque nacional. Abaixo falaremos sobre o Parque.
Nos últimos meses temos percorrido muita Mata Atlântica, tanto florestas ombrófilas densas (aquelas que conhecemos da serra do mar: https://entreparquesbr.com.br/sainthilaire-lange/) quanto ombrófilas mistas (a mata de araucárias: https://entreparquesbr.com.br/araucarias/). No Iguaçu voltamos a encontrar a floresta estacional semi-decidual, que havíamos conhecido no parque nacional da Ilha Grande (https://entreparquesbr.com.br/ilha-grande/).
Não somos biólogos ou engenheiros florestais, mas a sensação nessa mata é diferente das anteriores
Quem não puder visitar as três para comparar, aqui descrevemos um pouco do que sentimos:
- A mata é menos úmida que a mata ombrófila densa ou mista
- Algumas árvores perdem as folhas em determinadas estações do ano, ao contrário das outras que são perenes
- As árvores são mais espaçadas entre si
- Parece haver menos camadas: uma mata mais rateira e árvores enormes lá em cima
Por que isso é importante? Primeiro porque é diferente e vale a pena observar, sentir os cheiros, umidade, sons, luminosidade. Isso em si já é importante. Reconhecer a natureza, entender as relações, aceitar que ela tem diferenças e que a biodiversidade é o que gera a estabilidade, o equilíbrio entre a fauna, a flora e o que chamamos de “recursos naturais”, como os rios e cachoeiras.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/Photo_6553955_DJI_355_jpg_7744707_0_202221262454_photo_original-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000736-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000765-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000786-1024x768.jpg)
Mas ressaltamos esses pontos porque nos pareceu ser mais fácil andar por essa mata. Há menos cruzamento de rios e áreas úmidas, há menos pedras e raízes para tropeçar, há mais espaço entre as árvores e menos risco de dar uma topada com a cabeça. Ainda sim, em geral caminha-se pela sombra e as trilhas são bastante planas. Ou seja, para quem não tem familiaridade em andar numa mata, a estacional semi-decidual pode ser uma boa entrada para a Mata Atlântica.
Para entrar nesse mundo, sugerimos cinco locais em volta do Parque Nacional do Iguaçu, que falaremos mais em seguida:
- Capanema, visitando o rio Iguaçu e as trilhas do Silva Jardim e Taquaral
- Céu Azul, visitando a ecotrilha e a trilha Manoel Gomes
- Serranópolis do Iguaçu, pela trilha da onça
- São Miguel do Iguaçu, pelo rancho Jaguaretê, cuja trilha ainda não foi batizada
- Foz do Iguaçu, percorrendo as trilhas das bananeiras, do poço preto e percorrendo o trajeto da portaria até as cataratas de bicicleta
A cidade de Capanema fica na parte sul do parque, do outro lado do rio Iguaçu. O rio Iguaçu, neste trecho, é parte do parque nacional, não somente a parte terrestre do outro lado da margem. Por esse motivo, atividades como pesca e navegação não são permitidas, salvo com permissão do ICMBio. Ou seja, não é permitido chegar a Capanema e usar o seu próprio barco, caso tenha, é necessário contratar uma empresa autorizada pelo ICMBio para tal.
Quando visitamos o parque, em fevereiro deste ano, a gestão turística a partir de Capanema estava sob gestão da Três Fronteiras (https://www.instagram.com/tresfronteirastur). Usamos esse tempo verbal porque enquanto escrevemos este relato está acontecendo a seleção da empresa concessionária que fará a gestão do uso público de todos os atrativos do parque, então pode ser que no futuro se mantenha ou mude, convém se informar no site do ICMBio (https://www.icmbio.gov.br/parnaiguacu/guia-do-visitante). Isso é importante para todas as empresas que citaremos ao longo deste relato.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220210_191413-scaled.jpg)
O rio Iguaçu neste trecho é amplo e parece calmo, mas na verdade é bem raso e com pedras no fundo, o que dificulta a navegação. Com base no nível do rio é possível chegar até as trilhas. No nosso caso, pudemos visitar a trilha do Silva Jardim sem percorrer de barco o rio de mesmo nome, que estava muito baixo. Não pudemos visitar a trilha do Taquaral, pois o rio estava muito baixo para chegar até lá.
O passeio de barco pelo rio em si já é um atrativo. Observar sua água cristalina, o fundo pedregoso, a imponência das árvores e a fauna que chega até as margens do rio para se banhar ou beber água já é lindo em si. A trilha do Silva Jardim é de nível fácil, são cerca de 6km ida de volta até a cachoeira do Silva Jardim. Ao longo do trajeto vimos árvores imensas, como a peroba rosa, o angico e a canafístula, árvores que podem chegar a 40 metros de altura.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220211_114524-scaled-e1647280637301.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220211_113857-scaled-e1647280650445.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0818-scaled.jpg)
Apesar de seus troncos serem largos e em geral bem separados na altura do chão, suas copas encontram-se no topo e muitas vezes é difícil entender qual árvore original as folhas que vemos lá em cima. Como falamos acima, caminhar por essa mata sombreada é muito gostoso, pois há pouco risco de tropeçar e é possível caminhar olhando para cima. Um dos “obstáculos” são as teias das néfilas, as aranhas do fio dourado. Inofensivas, mas importante respeitar o trabalho que tiveram construindo essas obras que garantem sua sobrevivência.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000712-1024x768.jpg)
Como se o passeio de barco e a trilha não fossem suficientes, no final da trilha há uma cachoeira onde é permitido se banhar. A água na temperatura “certa”, diversos pontos para ficar somente sentindo a água cair e também para mergulhar completamente. Lembrando que “mergulhar” não necessariamente significa pular na água. Esta região tem muitas pedras que não são necessariamente avistadas de fora. Pular de fora para dentro: não! Entrar com cuidado, encontrar um ponto mais fundo e enfiar a cabeça embaixo da água: com certeza!
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_1175-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220211_135135-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0818-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0832-scaled.jpg)
Era de Capanema que partia a balsa que cruzava o rio e dava acesso à antiga “Estrada do Colono”. Essa estrada funcionou por muitos anos, ligando Capanema e Serranópolis do Iguaçu, são cerca de 18km. Era usada para contrabando de mercadorias do Paraguai e tráfico de drogas, entre outras atividades lícitas. Após sucessivas tentativas, após de uma demanda da UNESCO para reconhecer o parque como Patrimônio Natural da Humanidade, a estrada foi desativada nos anos 90.
Algumas pessoas em Capanema e Serranópolis do Iguaçu ainda sentem que as cidades perderam com o fim da estrada e pedem que a mesma seja retomada. Hoje a estrada foi tomada pela mata e qualquer recuperação significaria a construção, com sérios impactos ambientais. É muito bom circular por essa área e ver o espaço que o turismo está tomando, permitindo que este importante parque não seja quebrado ao meio por uma estrada que atende ao interesse de poucos, mas interfere no interesse de todos, que é a conservação da área.
A cidade de Céu Azul fica na parte norte do parque e, apesar de pouco visitada pelos mais de 2 milhões de turistas que visitam as Cataratas anualmente, é onde está a maior parcela do parque nacional em termos de área. Há uma base avançada do ICMBio de onde partem três trilhas, duas das quais abertas e uma terceira em processo de abertura: Ecotrilha, trilha Manoel Gomes e trilha do Rio Azul.
Dentro da nova concessão que deverá assumir o parque este ano, pode ser que comece a ser cobrada entrada, o que ainda não ocorre.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_085932-scaled-e1647281016809.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_092905-scaled-e1647281088819.jpg)
A Ecotrilha é amplamente usada pela comunidade de Céu Azul como um local para prática de caminhada, contemplação e educação ambiental. Dados extra-oficiais indicam que mais de 20 mil pessoas visitam esse pólo. Pode parecer pouco se compararmos com os 2 milhões que visitam as Cataratas, mas esse número é muito maior que o total de visitantes da maior parte dos outros parques nacionais (https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/monitoramento_visitacao_em_ucs_federais_resultados_2019_breve_panorama_historico.pdf).
O trajeto é fácil e cheio de informações sobre a flora local. Há muita diversidade e em pouco mais de 1km é possível avistar as “gigantes” da Mata Atlântica que citamos mais acima.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_111411-scaled-e1647281279736.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_155415-scaled-e1647281293576.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220216_081519-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_1196-scaled.jpg)
Seguimos um pouco além pela trilha Manoel Gomes, que tem cerca de 3km de extensão. Ela passa por algumas nascentes e cruza rios, muitos dos quais estavam completamente secos, o que, segundo relatos do pessoal que nos orientou, nunca ocorreu antes. A situação da seca nessa região é muito preocupante, parece ter extrapolado os limites do que acreditava-se ser um efeito sazonal ou normal.
O que mais chama a atenção nesta trilha, além da beleza? O tamanho das perobas rosa, que roubam a cena, testemunham o valor de uma mata primária, onde as árvores com “madeira de lei” permanecem de pé, mantendo viva a floresta como um todo.
Em Serranópolis do Iguaçu há uma entrada para a área do parque através da Trilha da Onça. Ela foi idealizada e executada por um casal apaixonado por ciclismo e pela conservação. Ao longo de anos, foram conversando com o ICMBio e com o Projeto Onças do Iguaçu, com quem desenvolveram essa trilha de 11km na beira do parque, pelo lado de dentro. Totalmente sombreada, passa por rios, sempre com pontes e excelentes indicações, não há como se perder.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/b02fb3f7-4a25-4e40-9903-6c28d24c80ca-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_1121-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220220_093401-scaled-e1647281524519.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_1134-scaled.jpg)
Logo no início da trilha percebe-se o cuidado que foi tomado para que o impacto fosse o mínimo, a manutenção até hoje é feita pelo casal Maury e Katia, pessoas incríveis e que tomaram essa decisão por amor ao meio ambiente. Há um antigo saleiro bem no início da trilha, que foi mantido como era quando a trilha foi aberta, mostrando as visitantes como é feita a caça em locais como esse.
Hoje a caça nessa região foi eliminada, dado que a visitação tomou tal proporção, que espantou os caçadores. Alguns seguem caçando em outras áreas, a maioria desistiu da atividade. É impressionante o impacto que um casal pode trazer para toda uma região, uma unidade de conservação, uma espécie. Que no mundo tenhamos mais casais inspiradores e fazedores como Maury e Katia.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220220_082907-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220220_090349-scaled-e1647281669487.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220220_090416-scaled-e1647281692168.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_1122-scaled.jpg)
Em São Miguel do Iguaçu há mais um exemplo inspirador sobre como atuar na conservação de forma sustentável economicamente. O Marcos e a Josi criavam gado de leite nos limites do parque. Após alguns ataques de onças à sua criação e ao fato que financeiramente não valia a pena esse tipo de atividade, com apoio do Projeto Onças do Iguaçu desenvolveram um rancho onde têm a Toca da Onça, são suítes para alugar e pernoitar, um restaurante / lanchonete, uma quadra de vôlei e uma trilha, que está para ser inaugurada.
Após aprender mais sobre a importância da onça pintada e do risco que a mesma corre, viram que podiam desenvolver um negócio para conviver com ela, ao invés de concorrer. O gado na beira do parque é presa fácil que atrai as onças, colocando-as em risco. A atividade de turismo mostrou-se muito mais lucrativa, hoje estão expandindo, são referência para receber turistas e ajudam direta e indiretamente na conservação. Tornaram-se defensores das onças e educadores de quem estiver passando por lá. Além de serem uma simpatia.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_074616-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220220_172615-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220221_072744-scaled-e1647281851279.jpg)
A trilha tem cerca de 6km e tem um formato do número 8, cruzando uma ponte e chegando a um rio. Chama a atenção a quantidade de xaxins na segunda metade da trilha. Beleza que contrasta com a seca, dado que nessa região, cercada por lavoura, o regime de chuvas mudou completamente e hoje há uma seca histórica, já há cerca de quatro anos.
Finalmente chegamos a Foz do Iguaçu! O que achamos que seria o único atrativo tornou-se um importante e imponente atrativo, mas não o único: as Cataratas do Iguaçu. Antes de falar das Cataratas, vale dizer novamente que cerca de 2 milhões de pessoas visitam as Cataratas anualmente, usufruindo de excelente infra-estrutura e diversas opções de passeios. É possível inclusive fazer um passeio de barco para ter uma outra perspectiva das Cataratas.
Em termos de infraestrutura, o acesso às Cataratas se dá por ônibus, que percorre cerca de 11km entre a portaria e o primeiro mirante. Confortável, acessível, tudo de bom. Mas ao pegar o ônibus o turista perde toda a vivência na mata primária, a possibilidade de encontrar fauna, passar pela escola parque, pelo Projeto Onças do Iguaçu. Enfim, ao ir de ônibus perde-se uma grande oportunidade de viver o parque.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220216_111439-scaled-e1647282296376.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0946-scaled.jpg)
Existe a opção de ir a pé, mas pode ser um pouco cansativo, dado que nessa região faz muito calor e no caminho há um ponto de abastecimento de água potável, ou de bicicleta, que fizemos e indicamos fortemente. O passeio de bicicleta leva um período inteiro, sem correria. Nesse percurso, além de conhecer a natureza exuberante é possível conhecer a história do parque, na qual Santos Dumont teve grande importância, ao visitar e fazer lobby com o então governador do estado para que a área passasse a ser pública.
Além de ter sido uma delícia percorrer o parque de bicicleta, por estarmos em mais contato com o mundo natural, ainda fomos acompanhados por uma bióloga, a Bruna, que nos ensinou muito sobre a história e natureza do parque nacional (https://www.instagram.com/iguassubybikebrazil/).
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0878-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220214_115935-scaled.jpg)
Levou pouco mais de 20 anos para que o parque nacional fosse criado, mas ainda assim era uma época em que a região era muito pouco habitada e ainda não havia ocorrido desmatamento, o que se mantém até hoje. Muitos parques nacionais foram criados nos anos 2000 em áreas já parcialmente degradadas. Hoje em recuperação, mas não conferem a imponência que uma mata primária como a do Iguaçu ainda tem.
O acesso às Cataratas é aberto todos os dias entre 9h e 17h, exceto segundas feiras. Com isso, não é possível apreciar o nascer ou pôr do sol no parque. No entanto, guias são autorizados a acessar o parque em horários alternativos, o que recomendamos para que a visitação possa ser feita em extremos do dia, quando há pouca gente e não é tão quente.
Tivemos uma belíssima experiência durante o pôr do sol. Além da beleza e da tranquilidade de termos ficado praticamente sós no parque, é no pôr do sol que ocorre o fenômeno do baixão dos andorinhões, que vêm de longe às centenas ou milhares e fazem vôos rasantes em direção a uma fenda atrás das cataratas, onde passam a noite. O barulho que fazem é tão alto que é possível ouvir mesmo com o barulho das cataratas.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/IMG_0944-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000773-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220214_145822-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000735-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220216_123932-scaled-e1647282504903.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220214_145715-scaled.jpg)
Vimos também um bando de urubus planando como se estivesse admirando o pôr do sol e tivemos a sorte e privilégio de ver uma família de jacutingas, ave ameaçada de extinção, andando calmamente na parte de cima das cataratas e ensinando os filhotes a voar.
Ainda pelo acesso de Foz é possível fazer a trilha das Bananeiras, cerca de 2km, que leva até a parte de cima do rio, onde ele parece que não sabe que sofrerá uma queda como a das Cataratas. Não é possível se banhar, a correnteza é bastante forte mesmo assim. Mas a beleza é indescritível.
Há também a trilha do Poço Preto, de 9km, mas que estava fechada para visitação neste momento até que seja definida a nova concessionária. Além disso, uma onça pintada teve cria e estava vivendo perto da trilha, que foi fechada para protegê-la e a seu filhote.
E o lado argentino?
Sim, nós fomos para a Argentina conferir! Muito se fala sobre a infra-estrutura, sobre a natureza serem melhores aqui ou ali. Existem diferenças, mas vale a pena ir a ambos, se possível. No lado argentino nos surpreendemos principalmente com a vista da Garganta do Diabo, é como se fosse um grande ralo por onde a maior parte do Rio Iguaçu cai, formando as Cataratas. Não há mais bonito, mas imperdível, mais nada. Há um complemento de beleza, um local onde a proximidade de água é tamanha, que o volume chega a hipnotizar.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220217_135951-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220217_151214-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220217_091922-scaled.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220217_142539-scaled.jpg)
E o Parque das Aves?
Ao lado da entrada do parque por Foz do Iguaçu está o Parque das Aves. Ele não faz parte do parque e não fica na área do parque, mas há muito trabalho feito em conjunto. É uma instituição que colabora na conservação de aves da Mata Atlântica, onde em 16 hectares fazem um trabalho de recuperação de aves que provém de acidentes e contrabando, entre outros. Cerca de 40% das aves que chegam (eles não recebem aves diretamente, mas através do IBAMA), não resistem; 30% são reinseridas no mundo natural e 30% não têm condições para se reabilitar e permanecem no parque.
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000812-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/P1000805-1024x768.jpg)
![](https://entreparquesbr.com.br/wp-content/uploads/2022/03/20220222_155231-scaled.jpg)
Eles também têm um importante trabalho de pesquisa e reprodução de espécies ameaçadas de extinção, sendo grande referência para que possamos ter no futuro mais aves nativas da Mata Atlântica.
No link você pode acessar o mapa por onde passamos e ver em detalhes onde fica cada localidade citada acima:
Fomos na trilha silva jardim final de semana, legal d+, obrigado pela dica
Maravilhoso, não é? Abraços!